sexta-feira, 8 de outubro de 2010

RIO DE JANEIRO URGENTE!

Alvorada lá o morro que beleza, ninguém chora não há tristeza...
Quando esses versos foram escritos, certamente o Rio ainda não tinha a cara que tem hoje, essa cidade sofrida e que sangra em todas as manhãs, noites, tardes e sempre.
O festival de cinema foi uma delícia, passear pela orla é assim um prêmio! E viver tudo isso está quase se tornando apenas um sonho. O Rio que foi a cidade dos sonhos e de tantas inspirações de poesias, músicas e falas, está virando um pesadelo sem fim. O que era normal por aqui ficou anormal, o terror que eu assistia nas telas está cada vez mais perto de meus olhos. Estou assustada! Começo a colher medos e fujo para mim fé frágil em um Deus que nunca vi. Vou acreditar em que? Vou pedir socorro prá quem? Está tudo derretendo no Rio de Janeiro, isso aqui tá virando um lamaçal. Taxistas violentos, motoristas de ônibus raivosos, motoqueiros sádicos, pedestres revoltados e rebeldes. As drogas inflamam narizes e bocas em todas as esquinas, túneis se transformam em labirintos prá morte, os tiros parecem arremessos de frescobol na praia ao verão de quarenta graus.
A natureza sorrindo, que lindo, que lindo!
Estão borrando o sorriso do por do sol carioca com esilhaços de granadas e transformando o azul do céu em testemunho de um horror sem volta. Eu ainda acredito naquele Rio que ficou lá atrás, que eu não conheci. Tenho saudades daquelas coisas que ouço nos documentários e das vozes dos que tiveram o privilégio de viver um Rio de Janeiro que não existe mais.
É estranho ver o Rio como tenho visto, é doloroso sentir o que sinto quando percebo que violência virou mais um elemento na vida de quem vive por aqui.
Não sou contra nada, sou a favor de uma cidade que chora a toda noite, manhãs, tardes...sou a favor da vida livre e linda!

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Festival, eleição e cinema

Domingo tem eleição. É, domingo tem festival de cinema. Domingo tem um monte de coisas e um monte de candidatos prá escolher. Candidato prá caramba!
Eu não consegui perceber nenhum candidato que tivesse um programa extraordinário para o cinema brasileiro.
O que seria um programa extraordinário para o cinema brasileiro? O que seria um programa extraordinário?
Sabe que não sei? Aliás, o que é extraordinário perto de tanta hipocrisia nítida aos nossos olhos que tão pouco enxergam?
Vou votar, e certamente vou ouvir de alguém uma certa pergunta, aquela perguntinha desagradável: - Como foi que você votou nesse candidato?
Aí responderei: - Indo até a urna e digitando o número do candidato
.

Eu queria entender algumas perguntas que o ser humano faz, como por exemplo: Um jornalista perguntou ao John Ford como ele havia filmado uma determinada cena de um filme dele. Daí ele respondeu: - Com a câmera.
Eu não percebo nenhuma grosseria da parte dele, ele respondeu a pergunta. E algumas pessoas julgam essa resposta àspera. Eu particularmente não acredito que ele foi àspero.
Agora, o que eu queria compreender é o que leva um ser humano a querer uma resposta diferente ao que ele pergunta. E por falar em pergunta, em quem vou votar, heim? Preciso pensar sobre isso, fui!

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Crime no Futebol? E na Arte?

terça-feira, 20 de abril de 2010
Crime no futebol? E na arte?

O futebol brasileiro se despediu da copa, um goleiro de um time no Brasil é suspeito de um crime hediondo, meu Deus! Quanta coisa que entristece, que desfalece pedaços em nossos dias. Eu fico muitas vezes parada, olhando prá nada, quero entender. Reparo a meu redor e não vejo explicação prá nada disso. Me sinto tão pequena, o que eu poderia fazer? Nada? Rezar, é, posso rezar, e depois quem sabe buscar em algum lugar dentro de mim um arrepio para uma outra emoção para que eu possa pensar cinema. Quero uma inspiração prá que meu pensamento brilhe e eu consiga buscar a beleza de minha própria criação. Olho pro céu e ele está nublado, acredito que de propósito para não ver essas coisas tristes que arrebentam corações tão esperançosos de amor e carentes de fantasias e expressões que explodem no cérebro dos artistas e retornam dentro de um momento, reluzindo a arte que muitas vezes se atrasa pela falta de esperança que pesa a alma.
Os crimes se repetem a cada esquecimento de justiça, a cada fragmento de honestidade. Eu quero ser eu e me dividir com minha arte, quero construir e é inevitável não me sentir fraca. O espaço fica menor, a divisão de oportunidades não existe, e onde está a moralidade? No planeta vizinho talvez. Tudo começa de um começo injusto, o mal nasce dentro de mim quando não sou honesta e penso de forma esgoísta. Como falar de coisas lindas e que refrescam a mente, se na maioria das vezes nem um não eu ouço quando busco algum caminho? É como se eu nem existisse. Cada um no seu quadrado, é, é isso; é incrível como realizam crimes hediondos no Brasil, colocando na mão de pessoas nada competentes grana e poder prá falar de cinema, de tudo. Qual o requisito prá ser curador de uma mostra por exemplo? Quer saber qual o requisito? Ser amigo de quem assina prá grana sair, ou puxa saco. Isso me mata aos poucos, saca? Claro, se o cara é cineasta, e vai organizar uma mostra, primeiro ele vai dar preferência aos filmes dele e de sua equipe, depois as pessoas que vão lhe servir para algum envolvimento futuro, depois amigos, e depois não tem mais vaga meu caro. Complicado quando você chega na mostra, as salas estão vazias e as telas cheias de coisas que não dizem nada com nada. Todo dia tem crime na arte e cultura, a todo instante pensam em destruição, porque o sujeito que governa tudo isso nem nele pensa, é um negócio que tira qualquer um do sério. O povo não gosta disso, o povo não gosta daquilo, essa é a desculpa, pois eu digo, o povo gosta de arte e cultura, é só fazer com honestidade que o trabalho sai bem feito e agrada.
Eu não posso ficar aqui falando ou julgando crimes hediondos, existem pessoas que estudaram prá isso, elas vão estar cuidando disso com responsabilidade ou não, é problema delas. Nisso eu só posso rezar prá que se faça justiça.
Agora, eu devo falar à respeito da falta de respeito cultural desse país, é assim, sei lá, caramba! Assassinam, sequestram e calam filmes, múscias, quadros, poesias...
E culpam o povo do país que não aprecia a arte e a cultura, quem é que não aprecia? Os desonestos no julgamento, os caras que recebem prá organizar tudo isso. Aliás, eu acredito através do que vejo, que eles nem sabem o que estão fazendo, são os verdadeiros espelhos de suas falas, quando dizem que o povo não entende as coisas.
A intensidade de uma avaliação é tão importante quanto uma cirurgia no coração, se não for bem feita, alguma coisa vai falhar, daí não dá prá respirar, e as grandes idéias expiram e morrem.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

A Violência Está ao Seu Lado

É, não anda sobrando o que inventar no cinema sobre violência, está em todas as partes, roubam os aposentados descaradamente, matam atropelando de carro ou com armas, cenas aterroriznates, é, a arte é apenas o espelho do que ninguém está vendo na vida real. É isso, enquanto fingíavamos que essas coisas só aconteciam no cinema, a coisa foi crescendo e tudo virou um caos. E tudo isso é muito triste e precisa mudar, como? Precisamos pensar seriamente sobre isso, tá na hora de dar um basta!

terça-feira, 29 de junho de 2010

O que é o meu país?

Brasil está classificado para as quartas de final, legal, Uma parte de uma àrea ambiental no Rio equivalente a mais de dois campos de futebol é queimada por um incendiário que brinca de soltar balões, ameaçando vidas, coisas, e enfim ameaçando a cidade. Um jovem gay é agredido em Niterói porque era gay, agredido não, espancado, torturado e assassinado. O Brasil está classificado, eu fui à missa outro dia, sentei-me em um dos bancos próximo ao altar, gosto de me sentar bem na frente na Igreja. Haviam duas senhoras á minha frente, idosas, os cabelos bem brancos, a pele também, vestiam roupas referentes a uso de classe média carioca; bem estilo Laranjeiras e Largo do Machado. Ressaltando que frequento essa Igreja a mais de dez anos; vamos ao que interessa, uma olhou para trás assim que cheguei, mirou-me de cima em baixo, voltou-se para frente, segurou o braço da outra, cochichou em seu ouvido, colocou sua bolsa frente ao seu corpo, a outra fez o mesmo voltando-se para mim, elas olhavam de um lado para outro procurando como se quisessem sair daquele lugar. Eu não disse nada, eu não consegui mais rezar, eu até tentei, mas não conseguia, simplesmente paralisei e não contive as lágrimas que saiam dos meus olhos, senti raiva, vergonha, senti dor. pensei em sair, decidi ficar, respirei fundo, ajoelhei-me e respirei de novo, uma delas olhou de novo para trás, e seguiu para a outra ponta do banco onde estavam, a outra olhou prá trás, segurou forte sua bolsa de novo, e ficou. Eu quiz dar-lhe um tapão no meio daquela cabeça branca infectada pela ignorância, mas me lembrei que se elas estavam na Igreja era porque precisavam melhorar algo nelas e afinal estavam buscando. E tratei de rezar, rezar prá conseguir ser feliz mais um dia em um país tão ridículo, tão preconceituoso. A minha sorte que não era um grupo de idosos classe média carioca decididos a exterminar os negros do Rio de Janeiro. É, porque agora é assim, forma-se quadrilha prá tudo, roubar velhinhos aposentados do INSS, roubar até quem já morreu! E quando me lembro que na minha escola primária cantávamos o hino nacional toda quarta-feira e estiava-se a bandeira brasileira. Aprendi amar meu país. E quando é o que o país me amou? Desde que aprendi a ler e compreender coisas, ouço e leio a palavra injustiça. Que lei são essas? Onde está a verdadeira punição? O que é punição? Kakakaka...o Brasil não é preconceituoso nem racista, é prá rir disso.
Olha só, o sujeito solta um balão pro alto que vai descer a qualquer momento podendo incendiar, detonar lugares, coisas e pessoas, daí ele PODE ficar preso até três anos. BRINCADEIRA! Que punição é essa?
E o jovem gay? Onde estão os assassinos? Qual será a punição desses monstros?
E a ex namorada do goleiro? Onde está o goleiro? Por que ele ainda não foi explicar a presença da criança em seu sítio? Não sei se ele é culpado de alguma coisa, onde está ele prá se explicar?
O Brasil foi classificado, legal, muito legal. E o que não é legal? Impunidade não é legal Brasil, conformismo também não é legal.
É, se eu for colocar aqui todas as impunidades desse país, eu teria de ficar durante décadas nesse computador.
Espancam até a morte um jovem por que ele era gay, incendeiam coisas, lugares e pessoas com balões, mulher desaparece, mas pera aí, o Brasil está na copa do mundo, vamos fazer uma pausa prá torcer. Coisa tosca! Estou exausta.
O jeito é parar um pouco sair e comprar um batom

Michael Jackson - Billie Jean

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Copa, Ciça e torpedo

Caramba! Eu não aguento mais ver a Ciça Guimarães falando em torpedo e copa. Tá pior que aquele sujeito que era garoto propaganda de uma loja de eletrodoméstico aí. Eu tomei pavor da loja de eletrodoméstico; agora eu odeio torpedos, tão cedo não quero passar um torpedo. Porque quando se fala a palavra torpedo vejo Ciça Guimarães falando desesperadamente rápido e louca por um fôlego sobre aquele tal torpedo da copa. A copa do mundo é muito legal, mas as pessoas que decidem ganhar dinheiro com a copa, caraca. Não que eu seja contra ganhar dinheiro com a copa, isso deve ser muito bom, ganhar dinheiro com a copa, daí me obrigar a mudar o canal, é trash. Cara, ela conseguiu me fazer ter versão à sua imagem, e eu sempre gostei dela, aí, tá difícil quando a vejo na tv não me lembrar do tal t..., não quero falar desse negócio mais, ou não vou querer ler o meu blog. Eu quero muito que a copa termine, assim acaba esse negócio de t...; a chatice egocêntrica do tal técnico argentino perde prá essas chamadas obrigatórias de t...é um negócio assim, como explico, não tem explicação, detona minha ansiedade, minha tensão aumenta, eu fico nervosa, eu fico tonta com tanta correria e tanta repetição, aí, cara, depois de pagar esse preço enorme espero que o Brasil ganhe. Vai ser assim, um prêmio, vai ser, inesquecível, mais inesquecível que o tal do t...

Pitty, uma homenagem!

domingo, 6 de junho de 2010

Sem Noção

Assim, o mundo sempre é o culpado, as coisas, tudo é sempre culpado. E culpas não subtraem, só somam e atraem. E por que eu falaria de culpa? Sei lá, sabe, fico pensando muitas vezes como um país tão sem culpa pode ter tanta culpa? O país o qual eu nasci, me contam estórias dele desde lá pelos meus 5 anos de idade, acho que contavam antes, não me lembro. Imunidade, um país imune, imune até a ser afetado pela honestidade e precisão. Quando o sujeito fica sem votar, ele não pode prestar concurso público, viajar prá fora do país, mais um monte de coisas ele não pode porque não votou. Agora quando o cara rouba, manda matar, sequestrar, tira dinheiro dos velhinhos aposentados do país, esse sim, tem direito a brigar em uma assembléia prá se candidatar. Ficha limpa, tenho lido muito essas duas palavras ultimamente; e foi necessário assembléias prá decidir que ladrão, assassino, procurados pela justiça, não podem se candidatar prá cuidar de nossa nação. Brincadeira! imagina o gasto que não deu essas indecisões se os caras podem ou não se candidatar. Eu realmente fico assim, sem acreditar que tudo isso é real. Que cresci, e que tudo que me ensinaram sobre pátria é balela; é estorinha prá criança que não quer dormir. Eu devo ser muito débil ou burra, afinal não existe teoria que possa me esclarecer por que tomar atitudes honestas é tão complicado e burocrático. E ainda querem acabar com a cariminalidade, aí, isso me desconsola completamente, é incomum demais, sem nexo. Fui, perdi o reflexo.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

ANARQUISTA INTERNO

Estou pasmo
aflito
angustiado
triste
amarrotado.
Dei nó por dentro
Anarquizado com minha impotência
Anestesiado pela saudade,
humanizado pela vontade de ser bom.
Meu amigo está inconsciente,
Experimento não chorar.
Rezo prá ele sorrindo,
imito seu sorriso
Seu olhar, um traço
Que bom o abraço.
Curar-te não posso,
Esperar posso
teu corpo vibrar
a elegância de ser um anarquista interno.
Anarquista rima com artista
E combina com cinema.
Te aguardo na próxima sequência
Onde estarás consciente e feliz!

a um amigo cineasta

sábado, 15 de maio de 2010

Pitty - Déja Vu

VERSOS

Encontrei os versos soltos
Eram leves
doces
e gritavam!
Os versos estavam presos
a uma sequência de um filme
Um filme quase romântico
um melodrama
Ou um drama
Não era comédia
Não o importa o filme
Ou importa
Filme também se exporta
O verso perdeu a metáfora
Confusões de um poema inacabado.
O que tem o verso com o cinema?
Alguma coisa de sedutor
dependência?
Quem depende do verso?
O cinema depende de que?
Os versos ficaram soltos,
O cinema se perdeu,
Não posso me perder do cinema
Quero me encontrar nos versos.
Sintonizo.

SAUDADE

Por onde eu for
por onde eu andar
qualquer que seja o lugar
o tamanho
os planos
os danos
Vou procurar
Alguma coisa de ti
Alguma coisa de mim
Melhor não andar
ficar parece pleno
Pensar é um aceno
prá saudade se chegar
E fazer o que?
Não fazer, só olhar.

Kiko

DÚVIDAS

O que é um artista preso em seus anseios de ser
De criar alguma coisa qualquer?
Como sente o artista que se quebra por dentro
E se enrola em uma alma revolta de inspiração.
O que é ser artista em um mundo que corre da revolução
da mudança trágica e consisa.
Como ser artista em meio a refletores sem cor?
A ruídos inquietos
De gotas de luz opaca.
Onde está a arte divina
Que incendeia corações aflitos
emaranhados pelo olhar que suga as histórias
de uma narrativa que ficou perdida e virou lenda?
Artista é dor?
Artista é cor?
Como existir em meio a ruídos tão graves
de acordes desonestos
que salientam invadindo nossos ouvidos
nossos olhos
nossas vidas
e nos adoecem pela falta de prazer?
Estou exausto,
perplexo?
Talvez enjoado,
indeciso,
qualquer coisa,
Eu não sou,
Eu estou!

E POR FALAR EM CINEMA

Hoje eu queria falar de cinema, estou desenvolvendo um roteiro, não vou contar porque eu ainda não registrei, claro. Não sei se é a melhor idéia que eu tive, nem se é a melhor dos últimos tempos. É apenas uma idéia que tive e estou desenvolvendo, deixando-a crescer dentro de mim e no computador. Se estou gostando? Estou, tá tão gostoso ficar escrevendo que decidi parar, pois começo a acelerar demais o processo e posso passar na frente de minha inspiração. E está naquele momento gostoso em que eu conheço mais ainda a personagem. Eu gostaria tanto de filmar todas as idéias que tenho, como gostaria. Vou fazendo uma de cada vez quando der, e dá, mas tem hora que bate uma ansiedade que nossa senhora, aliás eu sou movida a ansiedade. Me trato, vou a análise toda semana, pode ser que um dia diminua, já diminuiu. Como não ficar ansiosa no meio de tanta vontade e tanta impotência? Pensa bem no que você gostaria de fazer hoje, aquelas coisas que quer fazer a mais de dois anos e ainda não fez, pensa em fazer uma delas, dá ou não dar ansiedade? Por isso muitas vezes tenho pressa em uma ilha de edição. Caramba, tu tem uma idéia, aí leva um tempo prá desenvolver, prepara o roteiro técnico, convence equipe, convence ator, e corre atrás de tudo, aí vai-se tempo, depois fica dois prá cá e dois prá lá prá filmar, e filma. Daí quando chega na edição o termômetro da ansiedade dispara. Depois de ter escrito essas linhas acredito que eu não seja tão ansiosa, pode ser que existem coisas e pessoas muito ociosas, pode ser, vou pensar sobre isso.
Um abraço,

Querer

Querer eu queria,
Namorar uma virgem
uma virgem mulher
não uma mulher virgem.
Dessas que crescem ao lado;
querer eu queria
chegar ao fim do dia
com o pulsar da alegria
e esse pulsar ser você.
Querer eu queria,
não querer tanto.
Assim não teria pranto,
não teria dor.

Kiko

quarta-feira, 12 de maio de 2010

É assim

Não costumo colocar nada de ninguém no meu blog, até porque o meu blog é prá falar das coisas que faço. Coloquei algumas coisas indiretamente minha, como alguma coisa sobre Peões de Eduardo Coutinho, porque fiz a asssitência de produção. A Pitty é tudo, sou fã dela, pois é, aí, sou fã da Pitty, gosto dela e do que ela canta. Me serve prá caramba, me faz bem. Agora chega de puxar saco da Pitty, a Jacqueline Brandão e a Cristina Perera são amigas que vão estar prá sempre comigo e são profissionais que admiro prá caramba o trabalho delas; e além do mais filmei as duas. As fotos de Marcelo Carvalho, porque gosto muito dele e as fotos são do documentário O Lugar que dirigi. Até porque, meu blog se chama eu e o cinema, não eu e o filme dos outros.
Valeu gente, até mais.

Cristina Perera.mp4

Do Lula operário ao Lula presidente

Bastidores de O Lugar.wmv

Pitty - Me Adora (Videoclipe Oficial)

Jacqueline Brandão - amostra de video

terça-feira, 11 de maio de 2010

PINK

Saudades de Pink, muitas saudades dela. É intensa a dor que invade minha casa todos os dias, porque todos os dias a Pink não corre mais por lá.
Estava chovendo muito quando conheci Pink, eu a protegi da chuva, a envolvi no meu casaco e fomos correndo prá casa. Chegando em casa, levei Pink para um bom banho, dava prá sentir a satisfação que existia no seu olhar ainda amedrontado e sem entender direito o que estava acontecendo. Depois eu e Let levamos Pink ao médico, ele constatou que ela estava ótima, só deveria tomar um remédio de verme. Pink ainda não tinha dois meses de idade, cabia dentro de uma meia da Let que calça 35. Voltamos prá casa e Pink já queria brincar, o sorriso estava estampado no rosto dela, ela encontrara uma família, e nós encontramos o ser mais sincero que aquela casa precisava. Eu amei Pink assim que a vi, assim que lhe demos o primeiro banho, a primeira gota do remédio de vermes, o primeiro potinho de ração. A vira-lata mais vira-lata que existe, Pink veio na hora certa, no momento certo prá mim. Eu estava precisando de me lembrar o que era ser amada. O tempo foi passando, a cada dia me tornava mais amiga da Pink, ela um doce sempre, não dava uma dentro, mas logo, logo, aprendeu a fazer xixi e cocô no jornal. Comia tudo que via pela frente, ficar sozinha? Ela detestava, por isso, a cada saída já esperávamos ter surpresas quando chegássemos em casa; e Pink se escondia assim que entrávamos. Eu confesso que briguei muito com ela prá ensinar-lhe, mas era horrível, pois ela ficava tão desolada, que eu me culpava o resto do dia, eu cansei de sofrer, decidi não me zangar mais com a Pink. A Let decidiu que seria ela à partir de agora a ralhar com ela, e a Let sofria o mesmo tipo de chantagem a cada vez que brigava com a Pink. Inauguramos o castigo, que nunca durava mais que uns 20 minutos, pois a Pink nos obrigava a cortar o castigo nos olhando com uma cara de cachorro comprido, que nossa!
E assim Pink foi crescendo, não cresceu quase nada, ficou a uma vira-lata pequena e abusada. Prá mim é a abusada que mais amo na minha vida. Eu a amo e sei o quanto ela me ama. A minha Pink que só obedece a mim, eu não sei o que está sendo dela agora, a Let e o pai a roubaram de mim, roubaram de dentro de casa; porque a Let se foi e se encontrou no direito de dizer que a cachorra é dela. Roubaram minha cachorra e eu a quero de volta, tenho sofrido muito, chorado muito. Sinto a Pink me acompanhar para a cozinha, se aconchegar ao meu lado prá dormir, e a me pedir alguma coisa. Não dá prá esquecê-la, ninguém vai entendê-la como eu, ninguém. E isso pode estar fazendo minha vira-lata muito infeliz. Acredito que terei de brigar por ela, sei não, mas está insuportável ficar sem ela.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

PAQUETÁ

Eu tinha um sonho, um sonho que durou anos e anos. Eu queria muito ir a Paquetá, eu nunca havia ido a Paquetá, queria ir com alguém que eu amasse de verdade e que me amasse. Aí me apaixonei pela complicada e perfeitinha garota, filha da sogra homofóbica. E fomos eu e minha garota a Paquetá, vou romantizar, valeu?
Foi um dos dias mais lindos de nossa relação, sabe aqueles dias em que o Rio de Janeiro decide ter uma pequena brisa, um sol radiante, tocando leve na pele e um céu azul sem igual? Nossa! Era tudo de bom, muito irado. Eu a acordei no domingo pela manhã com um beijo leve no rosto, ela me sorriu ainda com os olhos quase fechados, beijei teus lábios, lhe disse bom dia, ela me respondeu e fomos nos preparar para a viagem a Paquetá. É perto? Prá mim é viagem. Tomávamos café da manhã juntinhas todas as manhãs, e naquela não iria ser diferente, acredito que esses foram os cafés da manhã mais agradáveis de minha vida, é muito bom, bom mesmo tomar café da manhã ao lado de quem a gente ama. E eu a amava muito. Nos arrumamos, saimos para a Pça XV.
Entramos na barca, me correu um frio pelo corpo, uma vontade de abraçá-la ali, dentro bem na entrada da barca, e a abracei e disse baixinho que estava muito feliz, só esqueci de dizer que aquela barca, aquele mar, aquele sol, tudo aquilo e mais estar com ela nos braços, fazia daquele dia o mais feliz da minha vida. Tive vergonha de dizer, achei que estava exagerando no romantismo.
Agora já sei que em um momento tão cheio de emoção, jamais devo guardar algo somente prá mim, agora sei que os momentos não voltam. Fizemos fotos, andamos pela barca de mãos dadas, nos sentamos nos olhamos, sorrimos, acariciei as mãos dela, miramos o mar. Não dá prá medir o tamanho de agrado que senti no meu coração, a ternura que invadiu meus braços e uma vontade de sorrir e chorar, cara, aquilo era toda uma felicidade que eu estava sentindo. Eu, ela, a barca e o mar, Nos olhamos mais uma vez, ela me sorriu feliz, ela estava radiante, estávamos radiantes de felicidade, nos amávamos, nosso amor era maior do que qualquer amor de cinema, aliás, não era maior nem menor, era real, ninguém escreveu ou filmou, simplesmente nos amávamos. Chegamos a Paquetá, que legal, adorei Paquetá, não sei se era por causa da presença dela e do nosso amor por lá, mas eu achei Paquetá lindo. Alugamos bicicletas, e fomos passear de bike por Paquetá, fizemos fotos, sorrimos muito, nos apaixonamos mais uma vez em Paquetá, passamos o dia lá. Nos abraçamos, nos beijamos em Paquetá. Cara, era tudo de bom, eu tinha uma garota que eu amava, que me amava, e estava em Paquetá, e eu a beijei lá. Meu sonho era todo realidade naquele momento, eu sonhei com tudo aquilo um dia, e depois não era mais sonho, era a realidade mais doce que eu sentia depois de tantos anos na dor da inquietação que faz a falta de um amor verdadeiro. Eu estava amando, e estava em Paquetá com a garota que eu escolhi estar. Eu estava feliz, e dava prá ver aquela pequena ilha sorrir prá mim o tempo inteiro, aquelas ruas estreitas, aquelas praias tão bem desenhadas por Deus, aquela paisagem que nenhum escritor descreve tão bem quanto os olhos nus de quem a vê. Estávamos tão felizes que entramos em um cemitério e nem percebemos, e achamos o lugar lindo, e fizemos muitas fotos lá dentro, depois que percebemos na placa que era um cemitério. Irado, não? Tudo era paz, tudo era terno. A tarde caiu, decidimos pegar a barca de volta pro Rio, e foi mais gostoso ainda, nossa satisfação, nossa alegria interna, nosso cansaço merecido e aquecido pela ternura que sentíamos uma pela outra. Ela recostou a cabeça no meu ombro, e eu a amei mais uma vez, e assim voltamos de Paquetá, felizes. Um casal feliz, voltando de um dia feliz em Paquetá.

sábado, 8 de maio de 2010

Mais uma Estória de Amor

Eu , Helena, não do Manoel Carlos, apenas um artista quase que insignificante, digo quase, porque minha arte significa muito prá mim. Também sou quase um personagem desses filmes que só tem personagem com problemas sérios psicológicos. E quase fui um otário, ou treinei prá ser otário. Coisas asssim a meu respeito não são tão importantes agora; porque agora quero falar do meu último relacionamento, ou namoro, ou casamento, sei lá, alguma coisa diferente de, nem sei o que foi tudo aquilo. Me apaixonei por uma garota, apaixonei não, amei, amei não, às vezes ainda a amo; alguma coisa assim, vai. Nos casamos na segunda semana de namoro, culpa da maldita sogra que era contra. Por que contra? eu também sou garota, sei lá, mulher vai. Éramos duas mulheres apaixonadas e no meio de tudo isso, uma sogra inconformada, homofóbica e histérica. Eu sempre tive pavor da minha sogra. Ela me parece com essas mulheres que sentam atrás de uma mesa insatisfeitas com o trabalho, sonhando com o contra-cheque no final do mês e que nos finais de semana procura algo mais prá ficar insatisfeita. E aliás, não quero falar de sogra inconsequente, quero falar de amor, é, amor enlouquente que enlouquece e padece. Fomos a um show do Lulu Santos, eu adoro Lulu Santos. Então, quando voltamos para minha casa, quem liga prá minha garota? A sogra homofóbica ! E discutem , "de repente não mais que de repente', minha garota me pede prá morar na minha casa com o telefone ainda ao ouvido, daí eu disse que sim. E assim começou nosso casamento. A sogra homofóbica nos casou.
Eu havia ganho o melhor bom dinheiro por uma obra até aquele momento, eu tinha grana prá sustentar a mim e a minha garota até que pudéssemos conseguir um outro meio de ganhar uma grana. Ficamos felizes, nos abraçamos, fizemos planos, beijos, carinhos, éramos o casal mais feliz do mundo. Estávamos nos amando, e isso era tudo que importava naquele momento. Sei que às vezes narro meio parecido com aquelas revistas Sabrina, ou aquelas novelas bem molodrama que são transmitidas em uns canais de tv por aí. Mas é que amor é assim mesmo, amor é melodrama, se não for melodrama não é amor, é tesão. Eu acredito no amor só se a pessoa me parecer brega quando falar nele. Pensa bem, qual a música do Roberto Carlos que lembra você do seu último relacionamento? Parou prá pensar, não? É isso, quando há amor, os cantores mais românticos nos fazem parar e ouvi-los, os bregas também. Pagode então, caraca, quando passo perto de um boteco e ouço alguns pagodes agora, só dá vontade de ficar quietinha lembrando dela.
Eu já revelei o final da estória, não estamos mais juntas, nos separamos. Eu pedi prá sogra nos separar, aliás, ela já havia nos separado, e nem sabíamos disso ainda. Como? Aí é que é legal, o meio da estória toda é que é interessante, bem surreal.
Vamos denominar como algo do absurdo, isso, o cúmulo do absurdo, isso existe, aconteceu comigo.
Minha garota tinha problemas familiares, o que não é inédito, todo mundo que tem uma família tem problemas familiares, até porque famílias sempre funcionam através de atitudes totalmente desfuncionais.

Semana que vem a estória continua.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Bastardos Inglórios

Não sou muito de ficar falando do filme dos outros em meu blog, até porque é uma chatice esse negócio de ficar dando uma de entendida de filmes geniais e megera dos que na minha opinião não são bons. Não sou crítica de cinema, sou cineasta, e cineasta faz filmes, certo? Até porque cineastas devem fazer filmes ou do contrário como vão sobreviver os críticos de cinema? E imagina o inferno daqueles que se intitulam cineastas intelectuais e esquecem de fazer filmes, porque estão sempre assistindo e analisando o filme dos outros. Aliás inventam cada coisa prá dizer coisas de filmes por aí...saca, deixa isso prá lá, vamos direto ao assunto.
Adoro Tarantino, ADORO! Ele e o Almodóvar prá mim são geniais. Não sei porque gosto de assistir aos filmes deles, não sei dar explicações intelectuais do porque gosto deles, gosto do que eles fazem. Muito bom prá mim.
Bastardos Inglórios foi uma sacada de gênio! Amei! Já vi duas vezes, com certeza verei mais vezes, não consigo ficar sem rever filmes do Tarantino e do Almodóvar. Não vou ficar aqui dizendo ou descrevendo cenas de filme, analisando trabalho de ator, diretor, arte, fotografia e tudo o mais. Tá tudo bom, porque quando o filme agrada não importa se foi a melhor fotografia ou o que. O conjunto de tudo fez o filme ficar genial. Agora se o filme não tivesse me agradado, certamente eu iria falar assim, é, a fotografia é legal, o trabalho de alguns atores...é isso, mas o filme me agradou bastante. É isso que quero, agradar com o meu cinema, é isso que importa. Público satisfeito, o cineasta é feliz!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

O Esquisito que apavora!

Vejamos, quanta coisa esquisita acontecendo, meu Deus, o que está havendo conosco? Uma tenta roubar um bebê no hospital porque quer ser mãe, a outra, adota uma criança e a espanca, e vê isso como uma coisa normal, que coisa. Essa senhora não é normal, ela tem algum problema muito sério. Sei lá, tem tanta coisa sem explicação, como por um acaso um camelô, que agora são dois, percebem um carro bomba em uma rua nos Estados Unidos, que coisa! Agora o pior de tudo é o timão jogar tudo aquilo e o flamengo ficar com a vaga. Caramba, eu não acredito mais em futebol, não acredito. Impossível aquilo, e aquele gol do love lá, meu, aquilo foi muito estranho, estranhíssimo! Aquele gol foi um lance fora de ordem, sei lá, o timão tava tão bem. Infelizmente tenho de pensar que isso é tudo armação, não estou falando que seja, mas sei lá, sinistro. Tá tudo muito louco no mundo, estamos a cada dia mais loucos. E a última sinistra que vi hoje, polícia prende o sujeito e ele escapa de dentro do carro da polícia. kakakakaka....essa foi prá relaxar no meio de tanta catástrofe!kakakakakakakka...

Um pouco do Storyboard do meu primeiro filme - Consequência





NEM TODA SOGRA É MÃE!

Fazem muitas brincadeiras com sogras, detonam as coitadas nas piadas. Às vezes acho injusto, me parece uma cultura fazer brincadeiras que sogras são ruins. Algumas sogras não são ruins, elas são cruéis, não são mães. Sogra que é mãe não precisa correr atrás do filho ou filha prá colocar no colo, eles vão pro colo dela. Algumas sogras decidem ter filhos, e os filhos chegam; daí elas decidem sair do eterno manto de mãe, e se rebelam; querem sair, conversar, trabalhar, desejam ser importantes para o mundo. E dão tudo aos filhos, carrinhos, bonecas, viagens, sorvetes, roupas, balas e dinheiro. Melhores escolas, cursos de inglês, natação...uma infinidade de coisas. Aí chega a hora de se divorciarem, por que ficar casada, se o marido não consegue cuidar dos filhos prá ela? Aí se divorcia. Os filhos ficam adolescentes, não querem mais brinquedos nem balas. Querem grana, roupa de marca e sair. Agora ´tá mais fácil, ela dá tudo que eles pedem. Amor? Eles ainda não sabem o que é isso, prá que isso? Atenção? Quer mais da atenção do que eu dou? corrijo meus filhos sempre que posso. Assim elas decidiram ser mães. Os filhos começam a dar problemas, e elas não podem namorar, não podem nem gozar que os filhos estão lhe enchendo de problemas. Daí arrumam suas namoradas, que alívio! Mas elas teimam em odiar suas namoradas que não lhes dão nada, e ela que dá tudo está abandonada. E elas exigem que em suas horas de folga, quando não estiverem namorando, os filhos lhe sejam presentes, porque em breve vaõ precisar se dedicar a ela outra vez, e os filhos atrapalham muito.
Algumas colocam os filhos prá fora de casa? Aceitá-los de volta? Nunca, eles que sairam. Que pensando bem, nada melhor do que ter a casa livre prá receber seu homem que a ama tanto. Nada como poder viajar e os filhos não ficarem em casa sozinhos. Afinal ela tem uma vida prá viver e os filhos atrapalham.
A filha vai se separar, pede prá voltar, ela jura que vai pensar, e viaja, e transa, e viaja e transa...e ainda não sabe. A filha se separou e não tem prá onde ir, ela diz que está pensando. È necessário a ex da filha ligar prá ela e pedir que ela aceite a filha. Ela se revolta, fica boladona, afinal, quem vai tomar conta da filha quando ela precisar viajar e transar? Se irrita, surta! Decide odiar o mundo que rejeita seus lindos filhos! E agora?

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Necessidades

Quero filmar, mas tem tanta coisa prá fazer ainda antes de filmar, caramba! Uma coisa importantíssima será eu terminar o roteiro. Pois é, não terminei o roteiro. Vou providenciar isso, então, vou ter de parar de escrever aqui no blog e mandar ver no roteiro. É, não existe filme sem roteiro. É, amanhã quando tiver terminado o roteiro volto para o blog. Eu preciso filmar, é como necessitar de ar, saca? É isso, vou fabricar meu oxigênio. Um abraço.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Dois Infernos

Estava tudo tão estranho aqui dentro para nós duas, tudo muito estranho e complicado. Estávamos perdidas em meio a mil sentimentos, estávamos solitárias sem saber que caminho seguir e o que sentir. A raiva nos pegava a cada dúvida, a cada estranheza. Era sofrimento, desejo de crescer, de expandir por dentro. Ficávamos cada vez menores e os sentimentos ruins iam crescendo e nflamando as feridas de nossas doenças. Nos acusávamos, nos transformávamos em inimigas íntimas. E isso nos tornava cada vez mais sem chão, sem direito ao colo uma da outra.Perdemos o equilíbrio, era tudo triste e sem cor, sem brilho. Éramos dois infernos - perdemos prá doença, ela nos dominou.
Não dava mais prá sermos fortes, ou mesmo fracas; não éramos mais nada, a não ser discussões medíocres e injustas. Caimos do destino de ternura e mergulhamos em um mar de espadas. Sangramos, derramamos sangue e nos afogamos em nossas lágrimas com gosto de suco de ira. - desejei que fosse embora. Acabou! Caramba, acabou!
As promessas se curvaram à invalidez de todo amor que havíamos sentido. Éramos escravas da nossa própria incapacidade de perdão. O silêncio era covarde e frio no verão de 40 graus do Rio de Janeiro. Existir ficou pesado com gosto de dor. Nos transformamos em dor. As palavras amargas nos intoxicavam nos intervalos das baforadas de nicotina. Onde estavam os dias? Onde foi morar a lua em nossa noites cruéis e perversas? Fomos roubadas pela doença, massacradas pela ingenuidade de não perceber nossa adicção aflita pela degradação.
Nos degradamos, nos delatamos, éramos duas almas sombrias e doentes em um submundo que qualquer lucidez desconhece. Nos perdemos de nós mesmos e fomos esquecidas por qualquer indício de paz. O que era a paz dentro de um inferno de enganos maestrados pela insanidade. Duas crianças abandonadas em um beco escuro rodeadas por soldados de Hitler; o que era certo ou errado nesse inferno?
Éramos o pesadelo que queria sonhar. Tudo começou em abril e tudo terminou em abril, fechamos de vez nossas mentes e nossos corações. Como sentir o efeito de pancadas tão dolorosas? Como viver com feridas tão abertas no coração? E como dar perdão ou pedir perdão? Onde está o chão? O que é a razão no infinito de sentimentos tão sombrios? Prá que razão se não consigo pensar?
Vou esperar, vai ser duro esperar; vou esperar o que e prá que?
É... a vida não pode ser essa mesmo.

Essa estória um dia aconteceu, não me lembro quem me contou, sei que aconteceu.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Vou ser mais feliz uns dias, vou filmar!

Decidi, vou filmar, o que? Vou fazer um filme. Como vai ficar pronto ainda não sei, sei que vou deixá-lo prontinho, e o farei da melhor maneira que puder. Certamente será o melhor filme da minha vida, porque será o que eu estarei fazendo. O nome? Depois revelo, nomes e finais de filme são sempre assim prá mim, uma indecisão que parece não ter fim. Assim deixo a coisa fluir e vai se definindo junto ao processo de todo o filme. Só de decidir filmar eu já estou muito feliz, muito mesmo. Tem coisa melhor que um set? Não sei, eu pensei que um dia eu correria o risco de trocar um grande amor por um set, agora já sei que não. Se não posso ter os dois, fico com o set. O que é um cineasta sem um set de filmagem? Se não filmo, portanto não sou cineasta, e gosto de ser o que sou e fazer o que me cabe. Cara, é alucinante, isso é sonhar, eu não sei explicar bem, é bom demais da conta!
Antes de filmar tem aquelas providências que devo tomar, como cuidar de toda pré-produção, afinar o roteiro, laboratório com os atores, correr atrás de locação...e mais um monte de coisas. Mas dá prá fazer, faço tudo que tiver que fazer para me dar um set de presente. Sabe, foi difícil criar coragem, todas as entrevistas que ouvia ou lia de cineastas brasileiros eram sempre a mesma coisa, "não temos dinheiro prá filmar, aí é impossível". Eu ficava quebrando a cabeça de que forma eu poderia filmar se não tinha grana nem mais de 10 anos de cinema, e tão pouco meus pais fizeram cinema, até decidir fazer meu primeiro filme. Estava aí a resposta, era só decidi fazer, e elaborá-lo de uma forma que me fosse possível fazer sem nenhum requisito forte e sem entrar em filas de leis que parecem inalcançáveis pela quantidade de projetos prioritários que ganham a frente. Aí fiz o primeiro, o segundo, o terceiro, o quarto e agora farei o quinto. Muito maneiro.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

PAI HERÓI ! - 1

Seu Hermengildo, estatura mediana, cabelos grisalhos, magro, funcionário autônomo, separado da esposa com a qual teve dois filhos. Casou-se de novo. Assuntos da vida? É com ele mesmo, entendia de tudo, homem experiente, vivido. Era assim que se apresentava quando tinha um assunto sério a tratar. Pensão alimentícia? esse assunto ele nem queria saber, pois tinha certeza de que a esposa o havia roubado, assim o que ele poderia fazer pelos filhos? E os filhos? Ele amava os filhos. Como conciliar filhos a um novo casamento, a uma nova vida? Como seria pai se não poderia ter os filhos? Um dia caminhando pela rua,sente sede. Entra em um pé sujo. Pede uma cachaça,enquanto é servido percebe a música pai herói na voz de Fábio JR escapar do radio do pé sujo. Toma a cachaça, devolve o copo para o balcão, paga a cachaça, sai do pé sujo. Um sorriso ilumina seu rosto quando acende um cigarro, dá uma boa tragada camihando pela rua.
Ele tomou uma decisão; - se não pode ser pai, será o herói dos filhos.Como ser herói Se quem estava sempre perto para salvá-los era a mãe? Droga, a mãe era a heroína. Como ele poderia se transformar em herói, como? Caminhou enfurecido atá em casa.
Deitado em um sofá na sala de sua casa seu Hermengildo teve outra grande idéia; isso, transformar a ex esposa em um monstro, assim ele seria o herói que sempre salvaria os filhos. Como seria isso? O telefone chama, ele atende, uma má notícia, que no fundo não seria tão má, seria a sua primeira chance. A filha adoeceu, e claro, ele cuidaria da filha, afinal ele era um homem experiente, ele entendia tudo, nem precisaria de médico, a filha estava doente e a culpada era a mãe que não olhava os filhos direito, ele sim, iria cuidar da filha. afinal, a mãe só pensa em ganhar dinheiro, e ele nem entendia por que a ex esposa queria ganhar tanto dinheiro? Ele sempre deu tudo quando era casado com ela. E o pior, ela ganhava, ganhava e ainda exigia pensão alimentícia que ele não tinha condições de dar.
Agora ele teria a grande chance, salvar a filha de quem a salvou a vida inteira, salvou não, fingiu que salvou, na teoria de seu Hermenegildo.
AGUARDEM O PRÓXIMO CAPÍTULO!

Um sentido pro sentimento

Estou eu intranquila, sentindo alguma coisa que não havia sentido tempos atrás. Um negócio que prende e ameaça de fazer parar meu coração, me seca a garganta,congelando meu olhar que mira o passado que ficou preso na semana passada. Estou passada! Afinal, por que esse sentimento? Estou escrevendo um filme, é, estou, devagar, muito devagar; interrompo e me lembro de você, olho o nada, volto o olhar prá nossas fotos estampadas na parede. Decido continuar escrevendo, você invade meu pensamento com uma voz massacrante falando - "esse negócio de cinema não vai dar em nada". É, essa sempre foi a sua opinião. Agora pergunto, - Por que deveria dar em alguma coisa? Cinema só tem de ser cinema, só tem de dar filme. Quando é que posso exigir que uma mangueira dê outra coisa que não seja manga?
Acredito que eu não seja alguém que abandonaria o cinema por causa dos caprichos alheios. Eu demorei tanto a criar coragem prá fazer cinema, resumindo, demorei prá caramba prá ser feliz!

terça-feira, 20 de abril de 2010

Crime o Futebol? E na Arte?

Crime no futebol? E na arte?

O futebol brasileiro se despediu da copa, um goleiro de um time no Brasil é suspeito de um crime hediondo, meu Deus! Quanta coisa que entristece, que desfalece pedaços em nossos dias. Eu fico muitas vezes parada, olhando prá nada, quero entender. Reparo a meu redor e não vejo explicação prá nada disso. Me sinto tão pequena, o que eu poderia fazer? Nada? Rezar, é, posso rezar, e depois quem sabe buscar em algum lugar dentro de mim um arrepio para uma outra emoção para que eu possa pensar cinema. Quero uma inspiração prá que meu pensamento brilhe e eu consiga buscar a beleza de minha própria criação. Olho pro céu e ele está nublado, acredito que de propósito para não ver essas coisas tristes que arrebentam corações tão esperançosos de amor e carentes de fantasias e expressões que explodem no cérebro dos artistas e retornam dentro de um momento, reluzindo a arte que muitas vezes se atrasa pela falta de esperança que pesa a alma.
Os crimes se repetem a cada esquecimento de justiça, a cada fragmento de honestidade. Eu quero ser eu e me dividir com minha arte, quero construir e é inevitável não me sentir fraca. O espaço fica menor, a divisão de oportunidades não existe, e onde está a moralidade? No planeta vizinho talvez. Tudo começa de um começo injusto, o mal nasce dentro de mim quando não sou honesta e penso de forma esgoísta. Como falar de coisas lindas e que refrescam a mente, se na maioria das vezes nem um não eu ouço quando busco algum caminho? É como se eu nem existisse. Cada um no seu quadrado, é, é isso; é incrível como realizam crimes hediondos no Brasil, colocando na mão de pessoas nada competentes grana e poder prá falar de cinema, de tudo. Qual o requisito prá ser curador de uma mostra por exemplo? Quer saber qual o requisito? Ser amigo de quem assina prá grana sair, ou puxa saco. Isso me mata aos poucos, saca? Claro, se o cara é cineasta, e vai organizar uma mostra, primeiro ele vai dar preferência aos filmes dele e de sua equipe, depois as pessoas que vão lhe servir para algum envolvimento futuro, depois amigos, e depois não tem mais vaga meu caro. Complicado quando você chega na mostra, as salas estão vazias e as telas cheias de coisas que não dizem nada com nada. Todo dia tem crime na arte e cultura, a todo instante pensam em destruição, porque o sujeito que governa tudo isso nem nele pensa, é um negócio que tira qualquer um do sério. O povo não gosta disso, o povo não gosta daquilo, essa é a desculpa, pois eu digo, o povo gosta de arte e cultura, é só fazer com honestidade que o trabalho sai bem feito e agrada.
Eu não posso ficar aqui falando ou julgando crimes hediondos, existem pessoas que estudaram prá isso, elas vão estar cuidando disso com responsabilidade ou não, é problema delas. Nisso eu só posso rezar prá que se faça justiça.
Agora, eu devo falar à respeito da falta de respeito cultural desse país, é assim, sei lá, caramba! Assassinam, sequestram e calam filmes, múscias, quadros, poesias...
E culpam o povo do país que não aprecia a arte e a cultura, quem é que não aprecia? Os desonestos no julgamento, os caras que recebem prá organizar tudo isso. Aliás, eu acredito através do que vejo, que eles nem sabem o que estão fazendo, são os verdadeiros espelhos de suas falas, quando dizem que o povo não entende as coisas.
A intensidade de uma avaliação é tão importante quanto uma cirurgia no coração, se não for bem feita, alguma coisa vai falhar, daí não dá prá respirar, e as grandes idéias expiram e morrem.

Crime no futebol? E na arte?

O futebol brasileiro se despediu da copa, um goleiro de um time no Brasil é suspeito de um crime hediondo, meu Deus! Quanta coisa que entristece, que desfalece pedaços em nossos dias. Eu fico muitas vezes parada, olhando prá nada, quero entender. Reparo a meu redor e não vejo explicação prá nada disso. Me sinto tão pequena, o que eu poderia fazer? Nada? Rezar, é, posso rezar, e depois quem sabe buscar em algum lugar dentro de mim um arrepio para uma outra emoção para que eu possa pensar cinema. Quero uma inspiração prá que meu pensamento brilhe e eu consiga buscar a beleza de minha própria criação. Olho pro céu e ele está nublado, acredito que de propósito para não ver essas coisas tristes que arrebentam corações tão esperançosos de amor e carentes de fantasias e expressões que explodem no cérebro dos artistas e retornam dentro de um momento, reluzindo a arte que muitas vezes se atrasa pela falta de esperança que pesa a alma.
Os crimes se repetem a cada esquecimento de justiça, a cada fragmento de honestidade. Eu quero ser eu e me dividir com minha arte, quero construir e é inevitável não me sentir fraca. O espaço fica menor, a divisão de oportunidades não existe, e onde está a moralidade? No planeta vizinho talvez. Tudo começa de um começo injusto, o mal nasce dentro de mim quando não sou honesta e penso de forma esgoísta. Como falar de coisas lindas e que refrescam a mente, se na maioria das vezes nem um não eu ouço quando busco algum caminho? É como se eu nem existisse. Cada um no seu quadrado, é, é isso; é incrível como realizam crimes hediondos no Brasil, colocando na mão de pessoas nada competentes grana e poder prá falar de cinema, de tudo. Qual o requisito prá ser curador de uma mostra por exemplo? Quer saber qual o requisito? Ser amigo de quem assina prá grana sair, ou puxa saco. Isso me mata aos poucos, saca? Claro, se o cara é cineasta, e vai organizar uma mostra, primeiro ele vai dar preferência aos filmes dele e de sua equipe, depois as pessoas que vão lhe servir para algum envolvimento futuro, depois amigos, e depois não tem mais vaga meu caro. Complicado quando você chega na mostra, as salas estão vazias e as telas cheias de coisas que não dizem nada com nada. Todo dia tem crime na arte e cultura, a todo instante pensam em destruição, porque o sujeito que governa tudo isso nem nele pensa, é um negócio que tira qualquer um do sério. O povo não gosta disso, o povo não gosta daquilo, essa é a desculpa, pois eu digo, o povo gosta de arte e cultura, é só fazer com honestidade que o trabalho sai bem feito e agrada.
Eu não posso ficar aqui falando ou julgando crimes hediondos, existem pessoas que estudaram prá isso, elas vão estar cuidando disso com responsabilidade ou não, é problema delas. Nisso eu só posso rezar prá que se faça justiça.
Agora, eu devo falar à respeito da falta de respeito cultural desse país, é assim, sei lá, caramba! Assassinam, sequestram e calam filmes, múscias, quadros, poesias...
E culpam o povo do país que não aprecia a arte e a cultura, quem é que não aprecia? Os desonestos no julgamento, os caras que recebem prá organizar tudo isso. Aliás, eu acredito através do que vejo, que eles nem sabem o que estão fazendo, são os verdadeiros espelhos de suas falas, quando dizem que o povo não entende as coisas.
A intensidade de uma avaliação é tão importante quanto uma cirurgia no coração, se não for bem feita, alguma coisa vai falhar, daí não dá prá respirar, e as grandes idéias expiram e morrem.

Sambista perde a mulher e faz um samba, cineasta perde a mulher e faz um filme

Por que não fazer um filme no momento em que tudo parece estar perdido? É só começar a procurar o que estava escondido no inconsciente enquanto jurava morrer de amor. Daí tudo acabou, você não morreu; então por que não aproveitar a vida que sempre quiz ter? Vida de quem ama fazer o que gosta. O que é uma grande mulher perto de um longa bem realizado? Ou de um curta bem sucedido? Ela continuará sendo uma grande mulher, mas não estará diretamente presa no seu olho grande que adora desenhar tudo bonito pro coração ficar aflito. Continuando, agora você terá um grande filme prá se preocupar, como pagar as contas da produção, correr atrás de uma tela branca e algumas cadeiras prá assisti-lo. E mais, terá mais uma obra prá se orgulhar, e com certeza será prá sempre.
E a grande mulher? Continua grande; mas agora você também é grande, quase um gigante, afinal você fez um filme? E é muito mais difícil fazer um filme do que siplesmente amar uma grande mulher. Aí tu descobre que aquela grande mulher não é seu grande amor, então, você percebe que atrás de um grande filme pode existir uma grande mulher, e você cresce, rejuvenesce e fica pronto prá amar mais uma vez. E assim fica mais simples prá pensar no próximo filme, que talvez seja somente um filme. E assim, somente assim, percebe que uma grande mulher é uma grande mulher. E que um grande amor nem sempre é o amor prá sempre.
Cristina Reis

segunda-feira, 29 de março de 2010

Coisas que acontecem!

A exibição do filme foi muito legal. É sempre bom ter uma tela prá exibir um bom filme. Sou daquelas que corre atrás de uma tela branca esteja ela onde estiver. E tendo a certeza absoluta que tem um monte de tela paga pelas estatais amarelando em várias salas que se disfarçaram em salas de exibição gerando grana para seus mentores. Eu me importo com isso sim, também não fico parada criticando. Vou fazendo o meu e prestando atenção no poderia ser de direito meu também.
Hoje estou um pouco paralisada, não quero fazer muita coisa. É, tenho de correr atrás da vida; sei que não se deve correr atrás da vida, é que às vezes ando tão devagar que a vida vai. Daí tenho de dar uma corridinha prá acompanhá-la.
Sábado fui convidada a ir de encontro com uma galera, uma galera dessas que você só descobre como são depois de ter convivido algumas horas com ela. Isso, aquelas galeras tipo "Meninas Malvadas". Tive uma idéia, elas me inspiraram. São sinistras, severas, esquisitas e descuidadas. Acredito que o país em descuido deixa seus jovens muito decuidados e chatos.
Amanhã continuo.

terça-feira, 16 de março de 2010

Exibição de O LUGAR

Dia 26 de março, às 9h30,na FACHA; estará sendo exibido o documentário O LUGAR, dirigido por Cristina Reis. A entrada é franca e haverá debate após a exibição.
O endereço é: Rua Muniz Barreto, 51 - Botafogo - Rio de Janeiro.

SINOPSE: Os moradores de uma cidade mineira falam de suas vidas e do lugar onde nasceram e vivem até hoje. Exprimem seus sentimentos e sonhos, revelam situações e maneirismos da cultura de um lugar tão real e tão desconhecido.

O documentário foi produzido durante uma oficina de cinema ministrada por Cristina Reis em Minas Gerais.

COMPAREÇA!
SUA PRESENÇA É IMPORTANTE!