segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

BLOCO DE CARNAVAL

E Carmem ia seguindo o bloco, cantava, pulava, sorria, dava adeus a multidão que assistia o bloco passar. Em cima do trio elétrico os cantores embalavam letras de sambas e marchinhas, o calor de 40 graus não tirava a disposição da bateria que vinha à frente do trio elétrico.
Carmem cantava e sorria feliz, os problemas naquele instante haviam fugido para algum canto por entre os versos da música que se instalavam no cérebro de Carmem.
De repente sente uma mão forte segurando-a pela cintura ainda jovem. Carmem olhou para o lado e percebeu o sorriso de um homem perfeito, barba branca bem feita, cabelos alinhados e um corpo másculo que traduzia e denunciava os cinquenta anos já vividos. Carmem sorriu,aceitou aquelas mãos em sua cintura. Ele cochichou em seu ouvido.
- Vamos tomar uma cerveja ali?
- Cerveja?
- Sim
- É tudo bem
- Então vamos
- Não pode ser aqui?
- Como aqui?
- É, que outro lugar?
- Vamos mais prá lá
- Não entendi
- Quero conversar com você
- Quero pular carnaval
- Só um instante
- Um instante
- Vou pagar a cerveja
- Quer me pagar uma cerveja?
- Isso
- Tá
- Vamos?
- Você quer me dar uma cerveja
- Isso
- Tá bom.
E seguiram para fora do bloco, ele pediu uma cerveja e dois copos, Carmem olhava para ele, ele sorria prá ela enquanto servia os copos. Entregou o copo a Carmem.
- Não era uma cerveja?
- Te convidei prá tomar uma cerveja comigo
- Disse que ia me dar uma cerveja.
- Eu lhe chamei prá tomar uma cerveja
- Dissse que ia me dar uma cerveja
- Que diferença faz?
- Você me deu um copo de cerveja
- Não é cerveja?
- Mas não é uma cerveja.
- Está gelada?
- Tá. Mas não é uma cerveja
- Eu lhe convidei, aceitou.
- A cerveja
- E está tomando cerveja.
- Disse que me pagaria uma cerveja
- Quer mais cerveja?
- Quero a cerveja
- Está tomando a cerveja
- Não estou tomando uma cerveja
- o que você quer agora?
- Eu nunca quiz nada
- Quiz sim
- Você quiz me pagar uma cerveja
- E você quiz tomar uma cerveja
- Eu aceitei a cerveja, não um copo de cerveja.
- Eu queria sua companhia pronto. Gsotei de você, você é linda. Pronto. É isso.
- Tá. Já vou.
- Ei, espera!
- O que?
- Te compro uma cerveja.
- Aí tio, o bloco já tá longe.
- Não quer a cerveja?
- Tio, já tomei a cerveja.
- Mas agora vou lhe comprar uma cerveja
- Eu já tomei a cerveja
- Mas não era uma cerveja
- Tio, eu já tomei cerveja, valeu! Fui!

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O ALMOÇO

E daí que eu a convidei para almoçar, ela aceitou na hora, como dizia Nelson Rodrigues,-"BATATA"!
Chegou a hora de ir, veio ela e mais um monte de gente, não me importei, afinal comer com um monte de gente e com ela junto seria inédito para mim. E a comida teve um sabor tão fenomenal que descobri que meu apetite estava aceso mesmo no calor de 40graus do Rio de Janeiro.
E depois do almoço? O que rolou? O que pode rolar depois que comer tão bem? Certamente um belo arroto, mas com ela ao lado essas coisas grotescas sufocam e rola um simples sorriso meio tímido tentando esconder a sujeira dos dentes.
E vem as perguntas do cabeção. - Será que me comportei? Falei muito alto à mesa? Mastiguei de boca fechada a todo tempo? Esperei que ela terminasse primeiro? Falei palavrão? É, porque palavrão é uma coisa que eu não tinha intimidade, pois é, na minha casa não podia dizer "soltei um pum", é, se dissesse o meu pai ficava furioso. Então meu sonho era que quando eu fosse morar fora da casa de meus pais iria dizer todos os palavrões proibidos, como vai se f..., c..., p..., e mais um monte deles. Afinal todo mundo dizia essas coisas sem o menor problema. Vim embora para o calor de 4o graus, pois é, me assustava quando alguém dizia palavrões, decidi que falar palavrões não era legal. Desisti dessa idéia, entendi naquele momento que era muito sinistro falar aquelas coisas, não combinavam comigo. E o tempo passou, e os palavrões foram entrando em meu vocabulário prá comemorar gol, alguma conquista minha, um momento de raiva e em todos momentos de lamentações.
Eu estava entregue a linguagem dos palavrões; e agora não quero repeti-los no dia a dia; eles saem de minha boca com uma intimidade tamanha que chego a me assustar quando os ouço. E as gírias? deslizam em minhas frases como a maresia no ar quente do calor de 40 graus.
E por que estou falando dessas coisas? Eu quero falar do almoço, sim, o almoço que almocei, ou em que as pessoas almoçaram comigo. Não da comida, mas do evento. Foi muito bom, e muito bom é melhor que ótimo, é, gosto de dizer bom, é mais sincero, mais autêntico, mais preciso. Pera aí, eu não estou entendendo, quero falar do almoço e sempre desvio para um assunto que nem é assunto. O almoço, o almoço foi...já falei disso. Meu primeiro almoço com pessoas que eu ainda não havia almoçado, mas já fiz isso outras vezes, então não é meu primeiro almoço com pessoas que eu não havia almoçado. Tá, vou falar, meu primeiro almoço com ela, ou na companhia dela também, é, porque além dela haviam outras pessoas. Na realidade eu não tenho muito a dizer desse almoço, sei que vivi esse almoço. É, não foi um almoço qualquer, foi um grande almoço. Parei!

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

RONALDO - O FENÔMENO!



Esse é o cara! Com ele me apaixonei realmente por futebol. Até virei corinthiana, não suportava a torcida do Corinthians, e passei a me emocionar com essa torcida. Fui vários times junto dele, onde estava Ronaldo estava minha torcida.
Sempre acreditei em sua competência, na sua lealdade ao futebol. Eu conheci um craque do futebol brasileiro, agora não preciso mais ter inveja de quem viveu a era Pelé, eu vivi a era Ronaldo Fenômeno, e foi muito bom, muito bom mesmo. Eu gostava de futebol, assistia mais a jogos da copa do mundo e Olimpíadas, nem para as eliminatórias da copa eu dava muito assunto. Mas desde que ouvi falar no cara que roubou a bola da mão do goleiro, eu quiz logo saber e ver quem era, daí eu vi o cara jogando, que maneiro, minha paixão pelo futebol veio latente. Aliás eu não entendia porque o povo falava tanto de futebol, época de Garrincha, Pelé e outros. Eu não entendia porque nunca havia sentido a emoção de ver quem realmente joga, jogando. E ver o Ronaldo jogar foi o inicio de minha paixão verdadeira pelo futebol. Hoje adoro ficar assistindo ao futebol, meu olhar busca sempre um craque dentro do campo, gosto de ver craques do futebol jogando, é muito emocionante, é delirante! Exagero! E dái? tô com vontade de exagerar, estou falando de um Fenômeno.
Ronaldo resistiu e persistiu em muitas fases, e resistir aos tablóides mesquinhos e abusivos foi sua grande jogada. Como tentaram derrubar Ronaldo, é, essa imprensa que não quer censura, eu não entendo que censura eles sofrem, pois adoram sacanear alguém e estão sempre brincando de ser jornalistas o tempo todo. Agora, craque como Ronaldo é craque de verdade; e ele é único.
A jogada errada que o Ronaldo fez que na minha opinião, foi se casar com a Milena ou Milene, sei lá. Aquela moça que fazia embaixadinha no joelho. o que não é novidade a milhões de ano é mulher que faz embaixadinha. Mas a dela só deu ibope por causa do Ronaldo, claro.
Mas essa é minha opinião e ele faz o que quiser da vida dele. No campo ele sempre fez o que eu quiz, GOL! Aí, o cara é muito bom. Sem mais adjetivos.
Ronaldo, eu lhe agradeço por eu ter entendido o que é o futebol de verdade vendo você buscar sempre com seriedade e inteligência por um gol. É isso, Ronaldo fez a diferença, ele é bom no pé e de inteligência.
Ele é o FENÔMENO!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A GAROTA QUE NÃO GOSTA DE CINEMA

Aí, Zé Arlindo se apaixonou, não vou dizer se apaixonou, sei lá, arrumou alguém pra ficar azarando no trabalho e levando toco a todo instante.
Certamente ele passou a desejar uma garota que por sinal não tá nem um pouco a fim dele. Mas ele lança-lhe uma cantada a todo instante. Ela não gosta? Gosta, deve fazer bem pra estima dela.
Então, Zé Arlindo todos os dias cria uma estratégia pra sair com a moça e ela todos os dias diz não sem a menor cerimônia. Aí ele se apaixona mais um dia por ela. Não gosta de perder uma oportunidade sequer de lhe fazer alguma observação agradável. Gosta de olhar pra ela quando ela passa no corredor em frente à sua sala. E ela bem que dá uma olhada para a sala dele pra ver se ele tá olhando. Ele gosta, ela sorri, gira o olhar e segue seu caminho. Ele fica parado olhando para o vazio que ela deixou no corredor.
Zé Arlindo pensou, qual a estratégia para convidá-la pra sair, um cinema, isso, convidá-la para o cinema. Ele a convidou para ir ao cinema. Ela disse que só gosta de ver filme em seu computador, ele se revoltou, ficou bravo, como alguém pode não ir ao cinema? Ela disse sem a menor cerimônia que cinema é supérfluo, ele ficou indignado, se revoltou mais ainda. Uma vez porque não colou convidá-la para ir ao cinema, outra, que como ele pode se interessar por alguém que não gosta de ir ao cinema. Daí ela disse que bebia, daí ele não bebe, mas gosta de ir ao cinema. Como ele poderia tentar conversar com alguém que não vai ao cinema e que bebe. É, como conversar com alguém que chama cinema de supérfluo. Agora sim, sofreria mais uma vez por uma relação que nem deu indicio de iniciar, e que já estava acabando. Como ele não percebeu isso antes? Mas como perceber isso antes? Antes de que? Ele nem a conhece. Mas muitas vezes as pessoas não se conhecem, vão ao cinema, depois vão a um café, conversam e começam a se conhecer. E gostar de ir ao cinema é coisa básica. Claro que não precisa tornar o cinema como a coisa que mais gosta, mas o básico é gostar de cinema e falar um pouco sobre cinema, ou falar mal de filme, alguma coisa em relação ao cinema. Ele estava prestes a romper uma relação que parecia que nem iria começar, mas estava decidido a acabar com aquilo. Mas como não olhar para ela passando diante de sua sala com uma mini-saia jeans e os cabelos deslizando sobre os ombros? Como não sentir falta de ar quando ela lhe sorria? Estava ferrado duas vezes, a garota não gostava dele e não gostava de cinema, que droga!