sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

OBRIGAÇÃO

Queria não ter que trabalhar só prá ganhar dinheiro, aliás, eu não queria não ter que ter dinheiro. É um saco isso na maioria das vezes. Quem inventou isso? Aliás, quem foi que dividiu a herança do mundo tão mal dividida? Sei lá, pensando bem, ninguém é dono de nada. Posso estar tendo questionamentos absurdos, creio que não sejam inadequados. Pensa bem, quem dividiu os terrenos, os primeiros donos de suas terras e casas, comprou com quem? Sério, isso sim, é absurdo.
Talvez no dia de hoje eu esteja um tanto assim, sem dono, sem rumo, sentindo coisas que se ocupam do meu coração e meu inconsciente sem pagar aluguel. É, a vida é uma soma de aluguéis que nem sempre são quitados.
Você se apaixona, ama, namora, casa, e depois a qualquer instante, você está apaixonado, amando mais, perde a namorada, se separa e fica um lodo pesado que faz deslizar qualquer alegria do seu coração. Daí onde fica o tesão? Em algum lugar do passado, te olhando de lado e rindo de você.
Hoje pareço revoltado, ou desequilibrado, umas coisas esquisitas atropelam minha sanidade, como a vontade de pedir demissão e morrer em nome de minha intolerância!
Assim represento uma classe que não está em extinção, a classe dos que não foram e querem voltar. Sinistro essas coisas; triste situação, a de chorar e não conseguir ouvir o próprio choro.
O que quero dizer com tudo isso, também não sei, eu não sei de nada neste momento. Ou talvez eu até saiba, mas sei lá, me falta entusiasmo ou função. Sei lá, estou aqui escrevendo qualquer coisa que qualquer pessoa vá lê. E aí? Sim, qualquer um pode ler, mas e se ninguém ler? Não vou ler nem para correção. é, tô de saco cheio!
Eu tenho que trabalhar, e depois tenho que ganhar dinheiro, e depois tenho que mais? Ninguém me diz assim: Você é obrigado a filmar. É, isso ninguém diz, ao contrário, dizem assim, você faz cinema? Tá doido? E fazer cinema não é trabalhar? Em um país onde cinema não soa como profissional, fazer cinema é passatempo de rico. E trabalhar é sina de pobre. E não é por aí, trabalhar é trabalhar, e fazer cinema é trabalhar, mas vai ensinar isso no Brasil, vou ser perseguido como um criminoso, até porque sou contra tanto feriado. Estou confuso, isso é o efeito viver no Brasil, mas aí, gosto do Brasil. E agora fico aqui puxando saco do Brasil, e não é nada disso que quero dizer, eu nem sei o que quero dizer, e porque tenho de dizer alguma coisa?
É, o sol está quente, quem não tem o que dizer diz isso, ou fala que vai chover agourando a praia de amanhã. Como não tenho o que dizer, não vou dizer nada. Isso, eu estou exausto hoje e de saco cheio!

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A mulher, O cachorro, a corda e a chuva

Uma senhora, um cachorrinho, uma corda e um monte de água que pune cada vascilo de quem quer se manter vivo. Não pude conter as lágrimas que já escorregavam pelo meu rosto diante daquela imagem. Eu senti dor, um aperto no coração; era a primeira vez que eu via aquela senhora e aquele cachorrinho, torci prá ela conseguir segurar a corda, depois, prá que ela conseguisse ficar com o cachorrinho na mão. Não deu, eu chorei, torci prá que ela conseguisse escapar de cair naquele monte de água, ouvia os gritos do rapaz e da moça que puxavam a corda onde a senhora estava pendurada, eles puxavam, puxavam incansavelmente. Eles conseguiram, a senhora conseguiu escapar da avalanche de água que corria cheia de vontade de morte. Pela primeira vez tive raiva de água, é, foi esse o meu próximo sentimento ao me lembrar que ela já deveria ter matado aquele bichinho tão bom e tão inofensivo. O cachorrinho foi engolido por aquela avalanche de água. Não sei, mas estou aqui no trabalho escrevendo sobre isso e me deu uma sensação que ele pode estar vivo. Será? Como o processo de dor me traz uma ternura imediata, pois me deu uma vontade de salvar aquela mulher e aquele cachorrinho, eu torci por eles, eu sofri com eles. Eu chorei perante a impotência que dá o basta e me sinaliza que esse é o limite. Estou paralisada perante tanta tragédia, fico me perguntando o que eu posso fazer? O que fazer? Como fazer?
O porque acredito que desconfio, e quero desviar-me do processo de culpar alguém. O que quero agora é saber o que fazer e quando fazer para ajudar a evitar esse tipo de tragédia.

Até mais.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

PASSIONE - A INOCÊNCIA DE CLARA

Saindo do Padrão e falando de novela, que coisa!

E todo mundo acredita que Clara pode ser presa por tentativa de assassinato. Será que Clara é culpada mesmo? Ela tinha um desejo, ok, até aí, é só um desejo. Daí um investigador da policia infiltra em sua vida, a faz acreditar que ele a ama, a incentiva a executar um plano prá matar Totó. Então Totó também decide entrar no jogo e ajuda o amante de Clara a armar uma armadilha para Clara.
Aí pergunto, será que Clara conseguiria fazer tudo aquilo sem a ajuda deles?
Será que ela não se transformou em uma vítima? Ela também foi enganada, ah foi sim. E o tiro foi de festim. Como ser acusada de tentativa de assassinato? Não sou advogada, sou curiosa, e estou acreditando que isso foi mal elaborado na novela. O grande escritor de novelas que me desculpe, mas esse lance aí não dá prá engolir não.
E a novela brasileira vai perdendo a qualidade.

Um abraço.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Fogo! Fogo! Que tal um Cineminha?

Fogo, fogo, fogo! Fogo neles, assim terminou o ano na cidade maravilhosa. O alemão saiu do inferno e hoje faz parte hoje do roteiro turístico do Rio de Janeiro. ´
É, a favela do alemão ganhou uma sala de exibição de filmes. Será que prá ganhar uma sala de cinema é necessário abrir fogo contra alguma coisa que não tá legal? Caraca, se for assim, não vai ter munição o bastante.
Gostei da noticia da galera do alemão ter uma sala de cinema. Os caras bem que poderiam criar uma compulsão por abrir salas de exibição de cinema, ok? É, essas compulsões que só param depois que o cara aceita a compulsão, se interna e vai para um grupo de mútuo ajuda. kakakkkk...
É, e tem neguinho que ficou injuriado porque a polícia mandou ver com o dedo no gatilho. Eu não digo nada, fico feliz, feliz em ver o povo aliviado, e eu também sou povo, que legal, foi ruim ver carros sendo incendiados, me deu medo, pânico, sei lá, e olha que nem carro eu tenho. Sei que tive muito medo.
Como tem pessoas que ganham prá estar resolvendo essas coisas, prá que eu vou me meter nisso, saca?
Voltando ao assunto de cinema, caraca! Aqueles caras correndo sem uma proteção, fugindo da policia, me lembrei do exterminador do futuro, imgina esse cara ali. Nossa! Não ia sobrar um. Que coisa, né? Exterminar, que palavra dura, estranho, mas foi o que desejei naquele momento, sim, naquele instante, eu estava na mesa do café da manhã de um hotel em Curitiba; eu tive raiva naquele momento, eu desejei a morte de seres humanos.
Quando me lembro do meu pensamento naquele momento, me apavoro, desejei a morte de alguém. É, eu desejei a morte de alguém e eu não sou a favor de qualquer atitude de assassinato. Mas desejei a morte de alguém. Fico perplexa, é, a violência é o pior mal que pode acontecer para a humanidade, ela é pesada, e nos controla de forma brusca, conduzindo-nos a caminhos totalmente diferentes daqueles que buscamos. Eu não quero desejar a morte de ninguém, eu não quero que as pessoas morram assassinadas. Só que ao ponto que chegamos, será necessário matar prá que outros tenham vida, sinistro isso, não?
É, a favela do alemão tem cinema, e prá isso foi necessário viver uma catástrofe como nos cinemas. Não morrer ou matar como no cinema, pois no cinema, quando os tiros cessam, o diretor dá o corta e todos se levantam e se abraçam. Porque no cinema ninguém morre de verdade prá narrar a verdade.