sexta-feira, 30 de abril de 2010

Vou ser mais feliz uns dias, vou filmar!

Decidi, vou filmar, o que? Vou fazer um filme. Como vai ficar pronto ainda não sei, sei que vou deixá-lo prontinho, e o farei da melhor maneira que puder. Certamente será o melhor filme da minha vida, porque será o que eu estarei fazendo. O nome? Depois revelo, nomes e finais de filme são sempre assim prá mim, uma indecisão que parece não ter fim. Assim deixo a coisa fluir e vai se definindo junto ao processo de todo o filme. Só de decidir filmar eu já estou muito feliz, muito mesmo. Tem coisa melhor que um set? Não sei, eu pensei que um dia eu correria o risco de trocar um grande amor por um set, agora já sei que não. Se não posso ter os dois, fico com o set. O que é um cineasta sem um set de filmagem? Se não filmo, portanto não sou cineasta, e gosto de ser o que sou e fazer o que me cabe. Cara, é alucinante, isso é sonhar, eu não sei explicar bem, é bom demais da conta!
Antes de filmar tem aquelas providências que devo tomar, como cuidar de toda pré-produção, afinar o roteiro, laboratório com os atores, correr atrás de locação...e mais um monte de coisas. Mas dá prá fazer, faço tudo que tiver que fazer para me dar um set de presente. Sabe, foi difícil criar coragem, todas as entrevistas que ouvia ou lia de cineastas brasileiros eram sempre a mesma coisa, "não temos dinheiro prá filmar, aí é impossível". Eu ficava quebrando a cabeça de que forma eu poderia filmar se não tinha grana nem mais de 10 anos de cinema, e tão pouco meus pais fizeram cinema, até decidir fazer meu primeiro filme. Estava aí a resposta, era só decidi fazer, e elaborá-lo de uma forma que me fosse possível fazer sem nenhum requisito forte e sem entrar em filas de leis que parecem inalcançáveis pela quantidade de projetos prioritários que ganham a frente. Aí fiz o primeiro, o segundo, o terceiro, o quarto e agora farei o quinto. Muito maneiro.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

PAI HERÓI ! - 1

Seu Hermengildo, estatura mediana, cabelos grisalhos, magro, funcionário autônomo, separado da esposa com a qual teve dois filhos. Casou-se de novo. Assuntos da vida? É com ele mesmo, entendia de tudo, homem experiente, vivido. Era assim que se apresentava quando tinha um assunto sério a tratar. Pensão alimentícia? esse assunto ele nem queria saber, pois tinha certeza de que a esposa o havia roubado, assim o que ele poderia fazer pelos filhos? E os filhos? Ele amava os filhos. Como conciliar filhos a um novo casamento, a uma nova vida? Como seria pai se não poderia ter os filhos? Um dia caminhando pela rua,sente sede. Entra em um pé sujo. Pede uma cachaça,enquanto é servido percebe a música pai herói na voz de Fábio JR escapar do radio do pé sujo. Toma a cachaça, devolve o copo para o balcão, paga a cachaça, sai do pé sujo. Um sorriso ilumina seu rosto quando acende um cigarro, dá uma boa tragada camihando pela rua.
Ele tomou uma decisão; - se não pode ser pai, será o herói dos filhos.Como ser herói Se quem estava sempre perto para salvá-los era a mãe? Droga, a mãe era a heroína. Como ele poderia se transformar em herói, como? Caminhou enfurecido atá em casa.
Deitado em um sofá na sala de sua casa seu Hermengildo teve outra grande idéia; isso, transformar a ex esposa em um monstro, assim ele seria o herói que sempre salvaria os filhos. Como seria isso? O telefone chama, ele atende, uma má notícia, que no fundo não seria tão má, seria a sua primeira chance. A filha adoeceu, e claro, ele cuidaria da filha, afinal ele era um homem experiente, ele entendia tudo, nem precisaria de médico, a filha estava doente e a culpada era a mãe que não olhava os filhos direito, ele sim, iria cuidar da filha. afinal, a mãe só pensa em ganhar dinheiro, e ele nem entendia por que a ex esposa queria ganhar tanto dinheiro? Ele sempre deu tudo quando era casado com ela. E o pior, ela ganhava, ganhava e ainda exigia pensão alimentícia que ele não tinha condições de dar.
Agora ele teria a grande chance, salvar a filha de quem a salvou a vida inteira, salvou não, fingiu que salvou, na teoria de seu Hermenegildo.
AGUARDEM O PRÓXIMO CAPÍTULO!

Um sentido pro sentimento

Estou eu intranquila, sentindo alguma coisa que não havia sentido tempos atrás. Um negócio que prende e ameaça de fazer parar meu coração, me seca a garganta,congelando meu olhar que mira o passado que ficou preso na semana passada. Estou passada! Afinal, por que esse sentimento? Estou escrevendo um filme, é, estou, devagar, muito devagar; interrompo e me lembro de você, olho o nada, volto o olhar prá nossas fotos estampadas na parede. Decido continuar escrevendo, você invade meu pensamento com uma voz massacrante falando - "esse negócio de cinema não vai dar em nada". É, essa sempre foi a sua opinião. Agora pergunto, - Por que deveria dar em alguma coisa? Cinema só tem de ser cinema, só tem de dar filme. Quando é que posso exigir que uma mangueira dê outra coisa que não seja manga?
Acredito que eu não seja alguém que abandonaria o cinema por causa dos caprichos alheios. Eu demorei tanto a criar coragem prá fazer cinema, resumindo, demorei prá caramba prá ser feliz!

terça-feira, 20 de abril de 2010

Crime o Futebol? E na Arte?

Crime no futebol? E na arte?

O futebol brasileiro se despediu da copa, um goleiro de um time no Brasil é suspeito de um crime hediondo, meu Deus! Quanta coisa que entristece, que desfalece pedaços em nossos dias. Eu fico muitas vezes parada, olhando prá nada, quero entender. Reparo a meu redor e não vejo explicação prá nada disso. Me sinto tão pequena, o que eu poderia fazer? Nada? Rezar, é, posso rezar, e depois quem sabe buscar em algum lugar dentro de mim um arrepio para uma outra emoção para que eu possa pensar cinema. Quero uma inspiração prá que meu pensamento brilhe e eu consiga buscar a beleza de minha própria criação. Olho pro céu e ele está nublado, acredito que de propósito para não ver essas coisas tristes que arrebentam corações tão esperançosos de amor e carentes de fantasias e expressões que explodem no cérebro dos artistas e retornam dentro de um momento, reluzindo a arte que muitas vezes se atrasa pela falta de esperança que pesa a alma.
Os crimes se repetem a cada esquecimento de justiça, a cada fragmento de honestidade. Eu quero ser eu e me dividir com minha arte, quero construir e é inevitável não me sentir fraca. O espaço fica menor, a divisão de oportunidades não existe, e onde está a moralidade? No planeta vizinho talvez. Tudo começa de um começo injusto, o mal nasce dentro de mim quando não sou honesta e penso de forma esgoísta. Como falar de coisas lindas e que refrescam a mente, se na maioria das vezes nem um não eu ouço quando busco algum caminho? É como se eu nem existisse. Cada um no seu quadrado, é, é isso; é incrível como realizam crimes hediondos no Brasil, colocando na mão de pessoas nada competentes grana e poder prá falar de cinema, de tudo. Qual o requisito prá ser curador de uma mostra por exemplo? Quer saber qual o requisito? Ser amigo de quem assina prá grana sair, ou puxa saco. Isso me mata aos poucos, saca? Claro, se o cara é cineasta, e vai organizar uma mostra, primeiro ele vai dar preferência aos filmes dele e de sua equipe, depois as pessoas que vão lhe servir para algum envolvimento futuro, depois amigos, e depois não tem mais vaga meu caro. Complicado quando você chega na mostra, as salas estão vazias e as telas cheias de coisas que não dizem nada com nada. Todo dia tem crime na arte e cultura, a todo instante pensam em destruição, porque o sujeito que governa tudo isso nem nele pensa, é um negócio que tira qualquer um do sério. O povo não gosta disso, o povo não gosta daquilo, essa é a desculpa, pois eu digo, o povo gosta de arte e cultura, é só fazer com honestidade que o trabalho sai bem feito e agrada.
Eu não posso ficar aqui falando ou julgando crimes hediondos, existem pessoas que estudaram prá isso, elas vão estar cuidando disso com responsabilidade ou não, é problema delas. Nisso eu só posso rezar prá que se faça justiça.
Agora, eu devo falar à respeito da falta de respeito cultural desse país, é assim, sei lá, caramba! Assassinam, sequestram e calam filmes, múscias, quadros, poesias...
E culpam o povo do país que não aprecia a arte e a cultura, quem é que não aprecia? Os desonestos no julgamento, os caras que recebem prá organizar tudo isso. Aliás, eu acredito através do que vejo, que eles nem sabem o que estão fazendo, são os verdadeiros espelhos de suas falas, quando dizem que o povo não entende as coisas.
A intensidade de uma avaliação é tão importante quanto uma cirurgia no coração, se não for bem feita, alguma coisa vai falhar, daí não dá prá respirar, e as grandes idéias expiram e morrem.

Crime no futebol? E na arte?

O futebol brasileiro se despediu da copa, um goleiro de um time no Brasil é suspeito de um crime hediondo, meu Deus! Quanta coisa que entristece, que desfalece pedaços em nossos dias. Eu fico muitas vezes parada, olhando prá nada, quero entender. Reparo a meu redor e não vejo explicação prá nada disso. Me sinto tão pequena, o que eu poderia fazer? Nada? Rezar, é, posso rezar, e depois quem sabe buscar em algum lugar dentro de mim um arrepio para uma outra emoção para que eu possa pensar cinema. Quero uma inspiração prá que meu pensamento brilhe e eu consiga buscar a beleza de minha própria criação. Olho pro céu e ele está nublado, acredito que de propósito para não ver essas coisas tristes que arrebentam corações tão esperançosos de amor e carentes de fantasias e expressões que explodem no cérebro dos artistas e retornam dentro de um momento, reluzindo a arte que muitas vezes se atrasa pela falta de esperança que pesa a alma.
Os crimes se repetem a cada esquecimento de justiça, a cada fragmento de honestidade. Eu quero ser eu e me dividir com minha arte, quero construir e é inevitável não me sentir fraca. O espaço fica menor, a divisão de oportunidades não existe, e onde está a moralidade? No planeta vizinho talvez. Tudo começa de um começo injusto, o mal nasce dentro de mim quando não sou honesta e penso de forma esgoísta. Como falar de coisas lindas e que refrescam a mente, se na maioria das vezes nem um não eu ouço quando busco algum caminho? É como se eu nem existisse. Cada um no seu quadrado, é, é isso; é incrível como realizam crimes hediondos no Brasil, colocando na mão de pessoas nada competentes grana e poder prá falar de cinema, de tudo. Qual o requisito prá ser curador de uma mostra por exemplo? Quer saber qual o requisito? Ser amigo de quem assina prá grana sair, ou puxa saco. Isso me mata aos poucos, saca? Claro, se o cara é cineasta, e vai organizar uma mostra, primeiro ele vai dar preferência aos filmes dele e de sua equipe, depois as pessoas que vão lhe servir para algum envolvimento futuro, depois amigos, e depois não tem mais vaga meu caro. Complicado quando você chega na mostra, as salas estão vazias e as telas cheias de coisas que não dizem nada com nada. Todo dia tem crime na arte e cultura, a todo instante pensam em destruição, porque o sujeito que governa tudo isso nem nele pensa, é um negócio que tira qualquer um do sério. O povo não gosta disso, o povo não gosta daquilo, essa é a desculpa, pois eu digo, o povo gosta de arte e cultura, é só fazer com honestidade que o trabalho sai bem feito e agrada.
Eu não posso ficar aqui falando ou julgando crimes hediondos, existem pessoas que estudaram prá isso, elas vão estar cuidando disso com responsabilidade ou não, é problema delas. Nisso eu só posso rezar prá que se faça justiça.
Agora, eu devo falar à respeito da falta de respeito cultural desse país, é assim, sei lá, caramba! Assassinam, sequestram e calam filmes, múscias, quadros, poesias...
E culpam o povo do país que não aprecia a arte e a cultura, quem é que não aprecia? Os desonestos no julgamento, os caras que recebem prá organizar tudo isso. Aliás, eu acredito através do que vejo, que eles nem sabem o que estão fazendo, são os verdadeiros espelhos de suas falas, quando dizem que o povo não entende as coisas.
A intensidade de uma avaliação é tão importante quanto uma cirurgia no coração, se não for bem feita, alguma coisa vai falhar, daí não dá prá respirar, e as grandes idéias expiram e morrem.

Sambista perde a mulher e faz um samba, cineasta perde a mulher e faz um filme

Por que não fazer um filme no momento em que tudo parece estar perdido? É só começar a procurar o que estava escondido no inconsciente enquanto jurava morrer de amor. Daí tudo acabou, você não morreu; então por que não aproveitar a vida que sempre quiz ter? Vida de quem ama fazer o que gosta. O que é uma grande mulher perto de um longa bem realizado? Ou de um curta bem sucedido? Ela continuará sendo uma grande mulher, mas não estará diretamente presa no seu olho grande que adora desenhar tudo bonito pro coração ficar aflito. Continuando, agora você terá um grande filme prá se preocupar, como pagar as contas da produção, correr atrás de uma tela branca e algumas cadeiras prá assisti-lo. E mais, terá mais uma obra prá se orgulhar, e com certeza será prá sempre.
E a grande mulher? Continua grande; mas agora você também é grande, quase um gigante, afinal você fez um filme? E é muito mais difícil fazer um filme do que siplesmente amar uma grande mulher. Aí tu descobre que aquela grande mulher não é seu grande amor, então, você percebe que atrás de um grande filme pode existir uma grande mulher, e você cresce, rejuvenesce e fica pronto prá amar mais uma vez. E assim fica mais simples prá pensar no próximo filme, que talvez seja somente um filme. E assim, somente assim, percebe que uma grande mulher é uma grande mulher. E que um grande amor nem sempre é o amor prá sempre.
Cristina Reis