sexta-feira, 8 de outubro de 2010

RIO DE JANEIRO URGENTE!

Alvorada lá o morro que beleza, ninguém chora não há tristeza...
Quando esses versos foram escritos, certamente o Rio ainda não tinha a cara que tem hoje, essa cidade sofrida e que sangra em todas as manhãs, noites, tardes e sempre.
O festival de cinema foi uma delícia, passear pela orla é assim um prêmio! E viver tudo isso está quase se tornando apenas um sonho. O Rio que foi a cidade dos sonhos e de tantas inspirações de poesias, músicas e falas, está virando um pesadelo sem fim. O que era normal por aqui ficou anormal, o terror que eu assistia nas telas está cada vez mais perto de meus olhos. Estou assustada! Começo a colher medos e fujo para mim fé frágil em um Deus que nunca vi. Vou acreditar em que? Vou pedir socorro prá quem? Está tudo derretendo no Rio de Janeiro, isso aqui tá virando um lamaçal. Taxistas violentos, motoristas de ônibus raivosos, motoqueiros sádicos, pedestres revoltados e rebeldes. As drogas inflamam narizes e bocas em todas as esquinas, túneis se transformam em labirintos prá morte, os tiros parecem arremessos de frescobol na praia ao verão de quarenta graus.
A natureza sorrindo, que lindo, que lindo!
Estão borrando o sorriso do por do sol carioca com esilhaços de granadas e transformando o azul do céu em testemunho de um horror sem volta. Eu ainda acredito naquele Rio que ficou lá atrás, que eu não conheci. Tenho saudades daquelas coisas que ouço nos documentários e das vozes dos que tiveram o privilégio de viver um Rio de Janeiro que não existe mais.
É estranho ver o Rio como tenho visto, é doloroso sentir o que sinto quando percebo que violência virou mais um elemento na vida de quem vive por aqui.
Não sou contra nada, sou a favor de uma cidade que chora a toda noite, manhãs, tardes...sou a favor da vida livre e linda!