terça-feira, 20 de abril de 2010

Sambista perde a mulher e faz um samba, cineasta perde a mulher e faz um filme

Por que não fazer um filme no momento em que tudo parece estar perdido? É só começar a procurar o que estava escondido no inconsciente enquanto jurava morrer de amor. Daí tudo acabou, você não morreu; então por que não aproveitar a vida que sempre quiz ter? Vida de quem ama fazer o que gosta. O que é uma grande mulher perto de um longa bem realizado? Ou de um curta bem sucedido? Ela continuará sendo uma grande mulher, mas não estará diretamente presa no seu olho grande que adora desenhar tudo bonito pro coração ficar aflito. Continuando, agora você terá um grande filme prá se preocupar, como pagar as contas da produção, correr atrás de uma tela branca e algumas cadeiras prá assisti-lo. E mais, terá mais uma obra prá se orgulhar, e com certeza será prá sempre.
E a grande mulher? Continua grande; mas agora você também é grande, quase um gigante, afinal você fez um filme? E é muito mais difícil fazer um filme do que siplesmente amar uma grande mulher. Aí tu descobre que aquela grande mulher não é seu grande amor, então, você percebe que atrás de um grande filme pode existir uma grande mulher, e você cresce, rejuvenesce e fica pronto prá amar mais uma vez. E assim fica mais simples prá pensar no próximo filme, que talvez seja somente um filme. E assim, somente assim, percebe que uma grande mulher é uma grande mulher. E que um grande amor nem sempre é o amor prá sempre.
Cristina Reis

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