sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A mulher, O cachorro, a corda e a chuva

Uma senhora, um cachorrinho, uma corda e um monte de água que pune cada vascilo de quem quer se manter vivo. Não pude conter as lágrimas que já escorregavam pelo meu rosto diante daquela imagem. Eu senti dor, um aperto no coração; era a primeira vez que eu via aquela senhora e aquele cachorrinho, torci prá ela conseguir segurar a corda, depois, prá que ela conseguisse ficar com o cachorrinho na mão. Não deu, eu chorei, torci prá que ela conseguisse escapar de cair naquele monte de água, ouvia os gritos do rapaz e da moça que puxavam a corda onde a senhora estava pendurada, eles puxavam, puxavam incansavelmente. Eles conseguiram, a senhora conseguiu escapar da avalanche de água que corria cheia de vontade de morte. Pela primeira vez tive raiva de água, é, foi esse o meu próximo sentimento ao me lembrar que ela já deveria ter matado aquele bichinho tão bom e tão inofensivo. O cachorrinho foi engolido por aquela avalanche de água. Não sei, mas estou aqui no trabalho escrevendo sobre isso e me deu uma sensação que ele pode estar vivo. Será? Como o processo de dor me traz uma ternura imediata, pois me deu uma vontade de salvar aquela mulher e aquele cachorrinho, eu torci por eles, eu sofri com eles. Eu chorei perante a impotência que dá o basta e me sinaliza que esse é o limite. Estou paralisada perante tanta tragédia, fico me perguntando o que eu posso fazer? O que fazer? Como fazer?
O porque acredito que desconfio, e quero desviar-me do processo de culpar alguém. O que quero agora é saber o que fazer e quando fazer para ajudar a evitar esse tipo de tragédia.

Até mais.

Um comentário:

  1. A cena foi tão poderosa que correu o mundo. Como você, eu e muitos sentimos a mesma coisa.

    Muitos estrangeiros ficaram sensibilizados pelo que aconteceu no Brasil mais por esse vídeo do que por todas as outras notícias.

    Gostei do texto. E também gosto de filmes!

    ResponderExcluir