sábado, 8 de maio de 2010

Mais uma Estória de Amor

Eu , Helena, não do Manoel Carlos, apenas um artista quase que insignificante, digo quase, porque minha arte significa muito prá mim. Também sou quase um personagem desses filmes que só tem personagem com problemas sérios psicológicos. E quase fui um otário, ou treinei prá ser otário. Coisas asssim a meu respeito não são tão importantes agora; porque agora quero falar do meu último relacionamento, ou namoro, ou casamento, sei lá, alguma coisa diferente de, nem sei o que foi tudo aquilo. Me apaixonei por uma garota, apaixonei não, amei, amei não, às vezes ainda a amo; alguma coisa assim, vai. Nos casamos na segunda semana de namoro, culpa da maldita sogra que era contra. Por que contra? eu também sou garota, sei lá, mulher vai. Éramos duas mulheres apaixonadas e no meio de tudo isso, uma sogra inconformada, homofóbica e histérica. Eu sempre tive pavor da minha sogra. Ela me parece com essas mulheres que sentam atrás de uma mesa insatisfeitas com o trabalho, sonhando com o contra-cheque no final do mês e que nos finais de semana procura algo mais prá ficar insatisfeita. E aliás, não quero falar de sogra inconsequente, quero falar de amor, é, amor enlouquente que enlouquece e padece. Fomos a um show do Lulu Santos, eu adoro Lulu Santos. Então, quando voltamos para minha casa, quem liga prá minha garota? A sogra homofóbica ! E discutem , "de repente não mais que de repente', minha garota me pede prá morar na minha casa com o telefone ainda ao ouvido, daí eu disse que sim. E assim começou nosso casamento. A sogra homofóbica nos casou.
Eu havia ganho o melhor bom dinheiro por uma obra até aquele momento, eu tinha grana prá sustentar a mim e a minha garota até que pudéssemos conseguir um outro meio de ganhar uma grana. Ficamos felizes, nos abraçamos, fizemos planos, beijos, carinhos, éramos o casal mais feliz do mundo. Estávamos nos amando, e isso era tudo que importava naquele momento. Sei que às vezes narro meio parecido com aquelas revistas Sabrina, ou aquelas novelas bem molodrama que são transmitidas em uns canais de tv por aí. Mas é que amor é assim mesmo, amor é melodrama, se não for melodrama não é amor, é tesão. Eu acredito no amor só se a pessoa me parecer brega quando falar nele. Pensa bem, qual a música do Roberto Carlos que lembra você do seu último relacionamento? Parou prá pensar, não? É isso, quando há amor, os cantores mais românticos nos fazem parar e ouvi-los, os bregas também. Pagode então, caraca, quando passo perto de um boteco e ouço alguns pagodes agora, só dá vontade de ficar quietinha lembrando dela.
Eu já revelei o final da estória, não estamos mais juntas, nos separamos. Eu pedi prá sogra nos separar, aliás, ela já havia nos separado, e nem sabíamos disso ainda. Como? Aí é que é legal, o meio da estória toda é que é interessante, bem surreal.
Vamos denominar como algo do absurdo, isso, o cúmulo do absurdo, isso existe, aconteceu comigo.
Minha garota tinha problemas familiares, o que não é inédito, todo mundo que tem uma família tem problemas familiares, até porque famílias sempre funcionam através de atitudes totalmente desfuncionais.

Semana que vem a estória continua.

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