quinta-feira, 24 de março de 2011

Acontecem coisas, vidas deixam de acontecer!

Hoje acordei e decidi que viria de bicicleta para o trabalho. Antes fui para minha sessão de análise em botafogo. Estava um manhã fresquinha, dessas que a um bom tempo não curtia no Rio de Janeiro. Passando pelo Largo do Machado pude perceber algumas pessoas saboreando dessa manhã praticando exercícios na aparelhagem de ginástica que a prefeitura presenteou o Largo. Uma manhã bonita, tudo parecia estar normal por ali; continuei pedalando devagar pelo Largo e de repente me deparo com uma enorme poça de sangue, enorme mesmo; não sei decifrar o que senti naquele instante, não sei mesmo o que senti. Ainda estou sob o choque que me causou aquela poça vermelha; muito ruim ver aquilo, havia uma outra poça e jogaram um lençol branco por cima, que até então não era mais totalmente branco, ele já possuia manchas vermelhas enormes. E tudo parecia normal, era como se aquele sangue fosse rotina. Me assustei com a normalidade aparente daquela poça de sangue enorme no Largo do Machado. Mais a frente, enquanto aguardava o sinal fechar para atravessar, ouvi um senhor comentando: - deve ser morte encomendada, chegaram e mataram e se foram. Isso já virou rotina. Eu me assutei mais uma vez, a conformidade daquele comentário completou o meu estado de choque. Decidi que precisava chegar o mais rápido possível na minha sessão.
E lá fui eu tentando esquecer que havia visto aquele sangue, e decidi me lembrar de qualquer outra coisa. Decidi pensar no Japão, preferi ir mentalizando na parte em que o mundo quer salvar o mundo. Na união pela solidariedade, isso, pessoas também sabem ser solidárias e isso sim, deve ser dito em tom natural e sereno.
É, muito ruim tudo aquilo que vem acontecendo com os japoneses, muita dor espalhada naqueles escrombos, muita vida detonada em segundos. O que posso fazer? O que devo dizer? Não sei responder a nada disso. Não vou questionar, não vou procurar culpados, estou solidária a dor dos japoneses, posso quase sentir, estou assustada com tantos acontecimentos onde eu tenho a perfeita constatação de que sou impotente perante muita coisa. É sou impotente na maioria das vezes, e falar isso me alivia, me recorda que só é necessário um simples suspiro de aceitação para que o sofrimento seja inevitável. Vou rezar pelo japão!
Elizabeth Taylor morreu! Nossa, é, ela se foi. Sim, ela foi uma celebridade. É ruim dizer, ela foi, ok, é, ela foi uma grande atriz, pelas informações expostas sobre ela na mídia, uma grande mulher, uma mulher de princípios, um ser humano de verdade. Gosto de rever todo ano alguns dos filmes que ela fez. Adoro Gata em Teto de Zinco Quente; me simpatizo muito com esse filme. É, Elizabeth se foi, ao mesmo tempo ficou. Ela vai sempre estar por aí. Valeu Taylor!
E o sangue no Largo do Machado me apavora! Não dá prá esquecer, não é prá esquecer!

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